sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Conselho a portistas e sportinguistas: Vai ajudar se conseguirem libertar-se das palas!

Pala é um substantivo feminino que, na língua portuguesa, tem vários significados. Nomeadamente, e só para elencar um exemplo, refere-se a uma porção de tecido que é utilizada para tapar, totalmente ou parcialmente, a visão de uma pessoa ou animal, normalmente, mamíferos da família dos equídeos, menos corpulentos que os cavalos, embora com orelhas mais compridas.
       Curiosamente, pala é, ainda, uma expressão que, na gíria popular, significa: mentira, peta, embuste, invenção, engano…
       Ora, assim sendo, não há palavra que melhor descreva as reacções e comportamentos registados, após as eliminações do Porto e do Sporting na Taça da Liga (vulgo, cerveja ou Lucílio Baptista para os simpatizantes do Porto e Sporting), do que o vocábulo pala.



            Senão vejamos:

1.       O caso do Porto

O Futebol Clube do Porto foi eliminado, depois de ter conquistado, apenas, dois pontos nas primeiras jornadas da competição. Fruto de dois empates caseiros com o Belenenses e o Feirense. Consequentemente, teria de vencer na última jornada desta fase, o Moreirense fora de casa.
 Ora, eu se fosse adepto e sócio do Porto, ficaria chateado e apreensivo, primeiramente, com os jogadores, equipa técnica e direcção. Por não ter sido possível vencer dois jogos em casa, contra equipas, imensuravelmente, pior apetrechadas. Sentimento que aumentaria, se num desses jogos, a minha equipa tivesse jogado mais de quarenta e cinco minutos em superioridade numérica.


Ao contrário do que seria expectável, atendendo à diferença de orçamentos, a eliminação ocorreu após a equipa do Porto ter perdido por um golo de diferença, autoria do jovem emprestado pelo Sporting Clube de Portugal, Francisco Geraldes, aos 49 minutos de jogo.
Contudo, mesmo depois de três jogos miseráveis, contra equipas com menos argumentos, dois deles no seu próprio estádio e um deles em superioridade numérica, os seus responsáveis e representantes, oficiais e oficiosos, colocam a responsabilidade do sucedido na arbitragem, supostamente controlada pelo Sport Lisboa e Benfica.
O que despoleta a revolta é a expulsão de Danilo, aos 80 minutos de jogo. Vamos partir do princípio que de facto, o jogador não teve qualquer responsabilidade no embate com o árbitro e também que não teve nenhuma afirmação ou comentário grave e lesivo. Nesse momento, com dez minutos de jogo, o Porto, depois de 260 minutos paupérrimos na competição, teria de dar a volta ao jogo, teria de vencer. Mesmo considerando que existiu erro nesse lance (a expulsão do Brahimi, essa então, é claríssima) existe alguma razoabilidade em considerar que foi a arbitragem a responsável pela eliminação do clube?

http://www.zerozero.pt/jogo.php?id=5215022

Esta deveria ser a questão que os sócios e simpatizantes do Porto têm de autocriticamente responder. Eu confesso que se fosse adepto estaria apreensivo com vários factores internos de planeamento da época e não com a arbitragem.
Estava preocupado com a quantidade de dinheiro que foi gasta, nas últimas duas épocas, em avançados sem qualidade para representar o clube: Adrian Lopez, Marega, Suk e Depoitre. Para depois concluir que, as melhores alternativas eram dois miúdos da formação e outro da formação do Paços de Ferreira.
Ficaria apoquentado por perceber que, não obstante, as tremendas limitações do plantel da época transacta, a contratação mais cara para a presente época foi um lateral esquerdo, com o intuito de concorrer com Layun. Apenas, o melhor jogador do Porto na temporada de 2015/2016.
E estava alarmado, por perceber que temos no nosso plantel o atleta com maior salário do futebol português e que este “jovem” de 35 anos, nem de perto, nem de longe comporta uma mais valia que se correlacione com o seu custo mensal.
E, nem sequer, vou entrar nas arrelias que teria por ver uma estrutura, envelhecida, amorfa e com os bolsos bem cheios, que é representada pelo “chefe” da guarda pretoriana.



2        2. O caso do Sporting

A eliminação do nosso rival histórico também foi imputada a erros da arbitragem. Mas será que assim foi?
Vamos analisar friamente os factos. O Sporting, ao contrário do Porto, venceu os seus dois jogos em casa. Contra Arouca e contra o Varzim, emblema que milita no segundo escalão do futebol nacional. No entanto, estas vitórias foram o cumprimento dos serviços mínimos, pois, foram ambas por 1 – 0.
Face a estes resultados que não se coadunam com a diferença de meios entre os clubes. O Sporting teria de pontuar na última jornada com o Setúbal, que tinha três pontos conquistados. Caso o Setúbal vencesse teriam de ser considerados os critérios de desempate: os golos e, posteriormente, as médias de idade.
Face aos resultados pela margem mínima registados em Alvalade (uma contra uma equipa do segundo escalão do futebol nacional), o Setúbal fez o trabalho de casa e entrou em campo com uma equipa que lhe permitia estar em vantagem sobre o Sporting, relativamente ao critério que podiam controlar (as médias de idade). E, asseguraram a passagem através da vitória pela margem mínima.
Ora, a história é a que se conhece. Mesmo considerando que não havia motivos para grande penalidade (à la Abel Xavier em 2000), perante estes factos, será que são os árbitros a causa para a debacle nesta competição?
Eu estaria descontente por compreender que a estrutura e equipa técnica do Setúbal, pensou efectivamente nos regulamentos e antes da bola começar a rolar já estava em vantagem.
Eu, se fosse adepto do Sporting, estaria desolado por perceber que foram contratados vários jogadores “feitos”, que não têm a qualidade dos jovens da formação, que estão emprestados e a brilhar, como o caso do Francisco Geraldes e que um onze sem os titulares habituais não está capacitado para, em Alvalade, ganhar por mais de um golo contra equipas da Liga Ledman. E que, a utilização desses jovens cedidos permitiria, na pior das hipóteses, a passagem à próxima fase…



Concluindo, se eu fosse sócio ou adepto dos nossos rivais libertava-me das palas que são colocadas por pessoas que são remuneradas e retiram proveitos, bem acima da média nacional, fruto da sua ligação profissional a esses emblemas. E, usam o amor dos adeptos às instituições para os tratarem como meros equídeos.



Porque essas palas que não são mais do que tentativas (até ver, bem sucedidas) de mascarar os seus próprios erros, com o mero intuito de lhes possibilitar continuarem a viver à conta dos clubes e não para os clubes.
Mas como sou sócio do Sport Lisboa e Benfica estou mais descansado. Pois, diariamente vislumbro passos de competência e profissionalismo. Vejo um clube tricampeão, ainda em todas as frentes e a depender apenas dele para uma conquista histórica: o tetra. E, curiosamente, já a preparar atempadamente o penta, com a contratação de jogadores para posições cirúrgicas destinados a substituir, caso seja necessário, os nossos atletas que fruto dos resultados, da prospecção e formação do clube irão ser transferidos a breve trecho por milhões de euros.

Claro que, poderemos voltar a perder, até mesmo esta época desportiva. Mas é indubitável, que estamos mais perto da vitória do que os nossos rivais. E, por muito que isso custe, o sustentáculo do sucesso do Sport Lisboa e Benfica é o planeamento, a competência e o profissionalismo e não factores externos como a arbitragem. 

6 comentários:

  1. Tudo dito e bem escrito!!!

    Tiro-lhe o chapéu pela análise.

    Nuno Silva

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  2. Caríssimo Vítor Batista, este texto é um hino à racionabilidade e à sensatez e vem colocar os pontos nos is relativamente a toda esta falsa polémica. O prazer que tive em lê-lo foi apenas comparável ao prazer que tive em ver jogar o seu homónimo de Águia ao peito.

    Os meus sinceros parabéns.

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  3. E se seguisses tu o conselho do post?

    1- As razões de queixa do Porto são nos 3 jogos da taça da liga (1 penalti por marcar contra o Belenenses, outro com o Feirense). E no jogo com o Moreirense, para além da expulsão existe um penalti claro sobre o André André aos 45'. E se fosse com o Benfica?

    2- As razões de queixa do Sporting têm a ver com o facto do penalti ser claramente uma invenção, num jogo que esteve sempre inclinado. E se fosse com o Benfica?

    E se fosse com o Benfica, este post seria a massacrar os árbitros e não a falar de palas.
    Parabens pela lata, pela hipocrisia e por demonstrar que não existe nenhum benfiquista sério.

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    1. Saberás, caro David, que no ano de 2016 foram assinalados a favor do Porto, no campeonato nacional, 8 penalidades? Sim, bem sei que ficaram por marcar mais 15, mas paciência. Sabes também que o clube do colinho, que até fez mais remates, mais golos, portanto mais ataques, só beneficiou de 6? A sério pázinho!

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  4. Isto vindo de um adepto de um clube, que durante anos se queixou de um titulo perdido num golo fora de jogo, com exposições por dvd's e pressões a políticos.

    Continuem com as vossas palas, que o vosso fim, seja por passivo ou seja desportivo está próximo. Alguém, um dia irá falar e não serão os políticos a salvar o clube pela 3ª vez na sua história. O único planeamento que fazem, é comprar favores e árbitros, e vender jogadores a 20 milhões para depois entrarem 4 nas contas...

    Mas o que gostava mesmo era de ver o Benfica roubado em 2 jornadas seguidas para ver o vosso paleio hipocrita.... Ahhh espera isso não vai acontecer.

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