Hoje foi um dia duplamente triste, no que toca ao futebol.
Em primeiro lugar, pela saída de Paulo Fonseca do Porto. A quase-época (quase, uma vez que no último jogo já era mais treinador da equipa adversária, do que daquela que treinava) que fez no Paços, não pode ser obra só do acaso, mas ficou mais que provado que não tem capacidade para lidar com a pressão (nele e na sua família) naquele clube.
Por outro lado, é com muita tristeza que vejo as notícias que dão como certa a entrada de Marco Silva no Porto.
Tristeza e alguma estranheza.
Tristeza, porque via Marco Silva como o sucessor natural de Jesus no Benfica.
Com poucos recursos (e sem as 5 principais figuras da equipa, que entretanto lhe foram retiradas) MS pôs o Estoril a jogar um futebol vertical e ofensivo, em tudo semelhante à matriz histórica do Benfica. Em poucas palavras, dir-se-ia que MS pôs o Estoril a jogar à Benfica. Seria de todo natural que a Jesus sucedesse alguém com ideias de jogo semelhantes (ainda que com experiência muito mais reduzida). E como Jesus diria, experiência é igual a conhecimento.
Estranheza, porque o futebol que Marco Silva apresenta no Estoril não se identifica muito com a matriz histórica do Porto.
Tradicionalmente, as equipas do Porto praticam um futebol mais apoiado, de posse de bola e paciência; menos vertical que, por exemplo, as equipas do Benfica. Foi assim com VP, com AVB e até com Mourinho. Note-se que é precisamente com esta matriz que têm ganho os últimos campeonatos ao Benfica.
O último treinador que o Porto teve com um futebol declaradamente ofensivo foi Co Adriaanse e como nos lembramos, esse não durou lá muito tempo, apesar de ser campeão.
Fica por saber se Marco Silva terá o estofo mental para trabalhar num clube onde, quando as coisas dão para o torto, torna a vida muito complicada para o treinador e a sua família.
Numa hora que se vive uma crise de identidade no Porto, com uma potencial crise de sucessão no horizonte, eis que surge uma novidade: a possibilidade de um Porto à Benfica.
grande video!
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