Esta frase foi
proferida pelo grande Mário Wilson, na década de 70. De facto, entre 1960 e
1979, Sport Lisboa e Benfica sagrou-se campeão por treze ocasiões. Sendo um
total dominador do futebol português e do futebol internacional.
A actual
Direcção convenceu-se, após os últimos seis anos, porque o Benfica voltou a
ser o clube mais vitorioso em Portugal e com melhores resultados nas
competições europeias (duas finais, uma meia-final e dois quartos-de-final),
que a máxima introduzida pelo primeiro treinador português a vencer um
campeonato pelo Benfica, na época de 75-76, seria novamente uma realidade.
Hoje duvido que exista alguém na Direcção que
não perceba que essa presunção foi um erro e não assuma, pelo menos,
internamente que foi apressada. Não obstante, o trabalho brilhante em termos de
infraestruturas, em termos da formação, nas modalidades e a maximização das receitas que são
ímpares no nosso País e que sem dúvida permitem olhar para o panorama nacional
e compreender que somos o clube com mais possibilidades e condições para voltar
a dominar o futebol português, todos estes factores não são, por si, garantia de
resultados e de títulos.
Num País
dividido, desportivamente, entre benfiquistas e anti-benfiquistas, com três
jornais desportivos e com programas opinativos sobre desporto a ritmo diário, vencer um campeonato
pelo Benfica é dificílimo, porque é muito mais fácil errar, ainda que
inconscientemente, a favor dos nossos rivais do que a nosso favor. Por vezes, basta criar uma mera aparência de favorecimento ao Benfica, para que a mesma goze de um mediatismo e de um tempo de antena, susceptível de condicionar as "pessoas certas" e de influenciar os mais incautos. Veja-se a nuvem de fumo, criada pela caixa do Eusébio (que, por sinal, continua a ser vendida a um ritmo impressionante, muito obrigado! E atenção que, se aproxima o Natal, e os anti-benfiquistas vão adorar receber uma, para brincarem com ela e sentirem-se os maiores nas "conversas de café. Por isso, façam-lhes a vontade).
Analisemos, também, as vitórias nos últimos quatro campeonatos e o que foi dito e repetido pelos
anti-benfiquistas, nos seus “púlpitos” semanais, para percebermos o que digo:
2004 – 2005 –
Como vencemos? “Estorilgate! Por causa, do jogo com o Estoril no estádio do Algarve.” Algo
que, vemos comummente acontecer em Portugal, sobretudo desde 2004, fruto da
construção dos estádios que foram construídos para o Euro e que, quer queiramos
quer não, é uma opção perfeitamente racional por parte das Direcções dos clubes
mais pequenos.
2009 – 2010 –
Como vencemos? “Graças, ao caso do túnel da Luz.” Ou seja, o castigo de atletas
do Porto, que pelos mesmos factos foram condenados nos tribunais judiciais.
2013 – 2014 e 2014 – 2015 – Como vencemos? “Devido
ao apoio da arbitragem, o
colinho." Ou seja, como não existe nenhum facto ou erro escandaloso em nosso
benefício, criou-se essa figura indeterminada sem qualquer substância material. Uma coisa posso
garantir, nós nunca vencemos um campeonato fruto de um golo marcado em posição irregular
no jogo decisivo ou com uma falta cometida fora da área, transformada em
penalty, na última jornada, que para tornar as coisas mais interessantes, foi disputada contra um clube, cujo treinador e melhor
jogador estavam contratados para a época seguinte e que iria jogar as
competições europeias no nosso estádio…
Conclusão, nós
nunca vencemos com mérito! Basta, ainda, verificarmos o “barulho” que surge
sempre que existe um erro de arbitragem que nos favorece, em comparação com os
erros que beneficiam os nossos rivais. Ainda esta semana, atente-se ao silêncio
do Sporting, acerca dos erros cometidos por Jorge Sousa no domingo e na
segunda-feira e o silêncio do Porto acerca dos erros que beneficiaram o
Sporting, pelo menos contra o Tondela, o Estoril e o Arouca. Será que
assistiríamos a este silêncio se tais lances favorecessem o Benfica? (A esta
nem respondo, porque é uma pergunta de retórica).
http://hojenaoquejogaobenfica.blogspot.pt/2015/12/marcano-e-jorge-sousa-apresentam-dois.html
Esta é a
realidade que nos permite ser o clube que reúne mais atenção
mediática e que nos possibilita negócios como o da NOS. Pois, uns querem ver e
vibrar com as vitórias e outros têm de estar sempre informados, ao detalhe,
para analisar e escalpelizar os nossos sucessos ou vibrarem com os nossos
insucessos.
Uma coisa é
certa, em treze jogos deste campeonato, o brocardo popular, de que “os clubes grandes
são sempre os mais beneficiados no campeonato” não se aplica ao Benfica. Não nos podem acusar
de ter qualquer ponto a mais ou imerecido. E, ainda bem, porque sou a favor de
uma Liga com o mínimo de erros e porque sei que, basta um jogo para
que os anti-benfiquistas façam disso um cavalo de batalha e o estandarte de uma
conspiração que tem como intuito tornar o Benfica tricampeão.
Relativamente,
ao Rui Vitória não embarco nas críticas que põem em causa a sua competência,
enquanto treinador e profissional. Uma coisa é ser um mau profissional, outra,
completamente diferente é estar preparado para desempenhar a profissão sob
todas as condições. Rui Vitória tem de ser um bom treinador de futebol. Caso
contrário, não teria conseguido subir a pulso e com resultados (subidas de
divisão, conquista da taça de portugal e qualificações para as competições
europeias com uma equipa com orçamento baixíssimo e pejada de jovens) e, já
este ano, com a qualificação para os oitavos de final da Champions. No entanto,
a análise pessoal que faço é que, possivelmente, não estava preparado para assumir a
responsabilidade de ser treinador do maior clube português e os desafios daí
decorrentes que têm de ser superados, de forma que se possa conquistar uma prova de
consistência, como é o campeonato. De nada serve termos o melhor ataque do
campeonato e depois ficar em branco em vários desafios…
As
dificuldades irrefragáveis da equipa nos jogos com equipas que jogam muito
fechadas e que recorrem ao anti-jogo, algo que é recorrente no futebol
português e, infelizmente, demasiado valorizado, são por demais evidentes. A
derrota com o Arouca, o empate com a União e, por exemplo, a vitória suadíssima
contra o Moreirense ilustram essas dificuldades. Este é um “problema” que o Rui
Vitória e sua equipa técnica nunca tinham enfrentado nas suas carreiras, que
acresce à pressão de vencer todos os jogos e de substituir um treinador com
grandes competências técnicas, que vinha da conquista do bicampeonato e, que
para piorar (algo que, não foi previsto pela Direcção) foi para o nosso rival, facto
que tem como consequência a inevitabilidade das comparações. Paulo Fonseca, que
agora novamente é elogiadíssimo, também falhou no Porto em condições similares.
Falta de qualidade? Não. Impreparação para o desafio que lhe foi colocado?
Naquele momento, sim.
Rui Vitória
tem de aprender, evoluir e encontrar soluções rápidas para superar estes desafios, a sua continuidade no Benfica depende disso. O seu antecessor esteve três anos consecutivos sem ganhar o
campeonato, mas manteve-se no seu posto, porque, apesar do insucesso nessas
épocas (sempre possível em desporto), era visível que o desfecho poderia ter
sido diferente. A qualidade demonstrada permitiu-lhe ganhar esse tempo e
terminar um ciclo de forma vitoriosa, assente nas condições que o clube lhe
proporcionou. O tempo conquista-se e o de Rui Vitória irá esgotar-se, com muita
pena minha, se o que aconteceu com a União da Madeira ocorrer mais vezes até
ao final da época.
A conclusão
que retiro é a seguinte, infelizmente, nem todos os treinadores que vão para o
Benfica, arriscam-se, para já, a ser campeões, mas, a caminhada do Jesus no Sporting
demonstra também as razões que levaram a Direcção a mudar de rumo. É um grande
treinador para o campeonato nacional, mas a luta pelo título de campeão tem custos muito altos, não conseguiu
aceder à fase de grupos da Champions (algo que dificultou e muito o projecto do
seu actual clube, apesar de ninguém o admitir para já), passou por dificuldades no grupo na Liga Europa (fase da competição que, por exemplo, para o Sporting de
Braga foi um passeio e com uma derrota por 3- 0, "patrocinada" por um colosso albanês), mais uma vez, foi eliminado nos oitavos-de-final da taça
e, novamente, pelo seu némesis o Braga e continua com uma dificuldade em
aproveitar os jovens talentos dos clubes, veja-se que o Sporting pedia 10 milhões de euros
pelo Carlos Mané e que Tobias Figueiredo era titular da equipa A e que estes, neste momento, nem
sequer são opção, e a aposta em Gelson e Matheus, apenas ocorre por absoluta
necessidade, caso tivesse Carrillo tudo seria diferente e, a partir de Janeiro, com Bruno César e Schelloto a
utilização dos dois jovens irá diminuir drasticamente.
Não tenho
dúvidas que Jesus é um grande treinador e que estaríamos melhor, esta época, no
campeonato com ele ao leme da equipa, mas, uma coisa é certa, pode não ser
fácil, mas é possível encontrarmos treinador melhor tecnicamente e com maior capacidade para potenciar o novo paradigma do clube, sem que haja sacrifício dos resultados. Afinal, mesmo quando estava no Benfica, vários treinadores foram capazes de lhe proporcionar brilhantes banhos tácticos…
P.S: Infelizmente, a máxima que se aplicava ao Benfica nos anos 70, actualmente, com foi apanágio nas últimas décadas, continua a aplicar-se ao Porto. Só assim se explica, que o Lopetegui, que nem já os próprios adeptos ilude, se arrisque a ser campeão.
Se bem que, alguém
que considera não ser afortunado nos sorteios, depois jogar com o Varzim, o
Angrense e o Feirense para a taça de Portugal, também tem toda a legitimidade
para considerar que o Porto é uma vítima das arbitragens e que essa é a génese do seu insucesso...
excelente post. Concordo com tudo.
ResponderEliminarMOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO
ResponderEliminarMOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO
MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO MOURINHO
muito soft com o Derrota ele não tem categoria
ResponderEliminarpeço desculpa, mas julgo que vitória já teve demasiado tempo para apresentar algum futebol. neste momento alguém sabe qual o 11 do Benfica? qual a estrutura tática que é trabalhada e aplicada nos jogos? depois de jornadas com cruzamentos à maluca, agora é tudo pelo meio e fé num chouriço! reconheço-lhe qualidade, mas não a suficiente para treinar o Benfica e pelo que mostrou, creio que não será capaz de nos dar mais do que isto... que é nada!
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarEsta época serve de lição para o Vieira
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