quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O “milagre financeiro”

É comum ouvirmos os apoiantes de LFV (que muitas vezes o apoiam em detrimento do Benfica) defenderem que este “salvou o Benfica”. Quando confrontados com a miséria de títulos na equipa de futebol (2 campeonatos em 10 anos não é, nem pode ser, aceitável no Sport Lisboa e Benfica), ouvimos falar do “milagre financeiro” que LFV operou. “O que seria do Benfica sem LFV?”, perguntam. Pois, não sei, mas talvez não estaríamos em falência técnica.


Olhar para as contas da SAD em 2012/2013 é um exercício medonho. Em ano de recordes de receitas na Liga dos Campeões e da venda de Fabinho ao Real Madrid por 30M€, apresentamos um resultado líquido negativo de 11M€ e o nosso galopante passivo salta para a frente do activo, o que, em linguagem simples, significa que entrámos em falência.
Isto significa que as vendas de Javi e Witsel foram muito mais que uma inevitabilidade, foram sim, uma necessidade. É o resultado de 10 anos de Vieira, em todo o seu esplendor, é este o “milagre financeiro” que LFV operou.

Nesta altura, os apoiantes de LFV já terão na ponta da língua a pergunta da moda: “Então queres que o clube fique entregue a outro Vale e Azevedo?” (que até já passou para o outro lado da estrada, usada de modo a eternizar a Dinastia Roquette). Eu respondo: não, mas também não quero que fique entregue a outro Vieira.
Agora pergunto: não há alternativas a isto?

2 comentários:

  1. Acho que tiraste algumas conclusões em que convém pôr algumas ressalvas... Eu também quero comentar o R&C, mas depois de o ler. Porque há uma coisa que eu vi aí e que é extremamente positiva: resultados operacionais positivos. Claro que isso não chega, mas é uma coisa rara num clube de futebol...

    Falta agora ver como serão os resultados operacionais excluíndo transferências. Alcançando um bom valor aqui, torna-se muito mais fácil negociar com os principais credores, o que permitiria fazer uma gestão adequada da dívida, fazendo inclusivé algumas amortizações a partir de proveitos extraordinários (transferências)

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    1. A única conclusão que tirei em cima é que as vendas do Javi e do Witsel foram uma necessidade para fazer face à situação de falência técnica. Isso parece-me evidente. De resto, esperemos por mais dados.

      Relativamente aos resultados operacionais, como referi, foi um ano em que tirámos partido de uma venda muito boa (o Fabinho) e de uma boa campanha na Champions. Mais do que isso, convenhamos que se houve máquina que a Direcção de LFV soube olear, foi a máquina comercial do Benfica.

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