Resolvi antecipar-me, estou convicto que, hoje e durante a semana, muitos "paineleiros" e adeptos dos nossos rivais vão repetir até à exaustão que o Benfica condicionou a utilização do Miguel Rosa. A minha convicção prende-se com a conquista do título neste fim-de-semana. Numa época em que, pouco mais há a apontar que um fora-de-jogo mal assinalado (curiosamente no Restelo) que favoreceu o Benfica. E também porque não ficarei admirado, caso o Sporting não vença no Restelo e o Miguel Rosa faça uma excelente exibição nesse jogo.
Aliás, o Dr. Eduardo Barroso nas suas, “sempre lúcidas”, crónicas tem mencionado este tema habitualmente.
A crónica (a.k.a. elencar de pretextos fantasiosos e conspirativos que visam a tentativa, impossível, de desculpar mais uma época sem qualquer título conquistado) desta semana não foi excepção. Teve como título: “Acho estranho tantos e exagerados elogios ao Benfica.” e foi publicada, precisamente, no dia da segunda mão da Taça de Portugal. Mais uma vez, o excelente timing, a sapiência e a cultura desportiva do Dr. Eduardo Barroso vieram ao cima como azeite… Espero que, depois de uma vitória, sem golos irregulares, por 3-1 e a jogar com dez jogadores durante mais de sessenta minutos, o Dr. compreenda os elogios à melhor equipa portuguesa (se não compreender aconselho-o a visionar, mais uma vez, o último Benfica x Sporting…).
É verdade que o Miguel Rosa esta época não defrontou o Benfica, no entanto, não existe qualquer caso, até porque a questão foi explicada pela SAD do Belenenses. Contudo, continuam a ser levantadas suspeitas infundadas. O que apenas posso compreender que aconteça: por má-fé de quem escreve e opina na comunicação social ou, então, por simples ignorância.
Posto isto, vou elencar as razões que demonstram que o “caso” Miguel Rosa é uma ilusão e um pretexto para não reconhecer a superioridade do Sport Lisboa e Benfica, durante a época 2013/2014.
1.º - Em primeiro lugar, convém compreender as especificidades contratuais e jurídicas ligadas a um atleta profissional. Simultaneamente, são trabalhadores e activos dos clubes. O que gera na esfera, em princípio, do clube, a existência de direitos desportivos e direitos económicos sobre os mesmos. Talvez, fosse conveniente a muitos jornalistas desportivos, no desempenho da sua profissão, compreender este facto.
2.º - Possivelmente, devido às notícias que surgiram nas épocas anteriores sobre o número elevado de futebolistas ligados contratualmente ao Benfica, a direcção optou por cessar (revogação) contratos de trabalho com vários atletas, em detrimento das clássicas cedências (ou seja, a Direcção abdicou dos direitos desportivos). Esses atletas, posteriormente, assinaram por outros clubes, que detém a totalidade dos seus direitos desportivos. No entanto, o Benfica não abdicou da totalidade dos direitos económicos sobre esses atletas, sendo que apenas a sua minoria pertence aos, actuais, clubes empregadores.
3.º - Aqui vai uma lista, que não é exaustiva:
Gil Vicente: Luís Martins e Pimenta.
Nacional: Djaniny.
Rio Ave: Diego Lopes e Roderick.
Belenenses: Miguel Rosa.
Arouca: David Simão e Nuno Coelho.
4.º - É um facto indesmentível que, todos estes jogadores foram utilizados contra o Benfica. Aliás o David Simão (12.ª Jornada) e o Djaniny (23.ª Jornada) até marcaram golos contra o nosso clube. Como é irrefragável, nada justificaria um tratamento diferenciado do Benfica, aquando da negociação entre o Miguel Rosa e o Belenenses e todos os restantes casos.
5.º - É também incontestável que, o Miguel Rosa não foi utilizado contra o Benfica, na 6.ª Jornada e na 21.ª Jornada. Mas se formos sérios, também verificamos que o Miguel não foi convocado contra o Porto (empate 1 – 1, no Restelo), na 9.ª Jornada e também contra o Sporting (derrota por 3 – 0, naquele jogo desbloqueado pelo penalty mais ridículo dos últimos vinte anos, aí se fosse o Benfica…), na 13.ª Jornada.
6.º - Ou seja, o tratamento foi igual nos jogos contra os grandes, o que atesta o que foi declarado pela SAD do Belenenses. A política da SAD passa por utilizar nesses desafios, os seus trabalhadores dos quais são titulares da totalidade dos direitos económicos, tentando beneficiar ao máximo da maior mediatização desses jogos.
O que poderá facilitar uma futura transferência desses atletas, que será, em tese, sempre mais lucrativa e interessante do que a transferência do Miguel Rosa, visto que, apenas são titulares de 10% dos seus direitos económicos.
7.º - Esta política alterou-se porque o Belenenses começou a “ficar com a corda na garganta”. Numa fase da época em que, o Belenenses está em luta acesa pela manutenção, não tem outra alternativa que não seja colocar em campo os melhores jogadores. E, por isso e só por isso, não podem abdicar do Miguel Rosa contra o Sporting na antepenúltima jornada do campeonato nacional.
Em conclusão, se quiserem “chorar” ou arranjar desculpas não mencionem esta, têm de ser mais originais… Este ano, parece-me que não têm outra alternativa, vão ter mesmo de aceitar a derrota como homenzinhos! J
RUMO AO 33.º!!
bem observado
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