domingo, 15 de dezembro de 2013

E se Jesus for para o Porto? (O medo da mudança - Tomo II)


Deverá ser a pergunta que atormenta LFV todas as noites e que o impede de dormir nos intervalos das chamadas de Jesus, enquanto este procura o próximo Felipe Menezes nos jogos do Brasileirão.
Só isso explicará a renovação de Jesus para esta temporada, com manutenção do pornográfico ordenado e (alegado) reforço de poderes.

Mas... e se o pior pesadelo de LFV se tornar realidade? Façamos um exercício de futurologia. Da série "O medo da mudança", eis o 2º volume: "E se Jesus for para o Porto?".

E se Jesus for para o Porto? Como reagiria a família benfiquista? Que efeitos traria ao campeonato?

O aconteceria se, em Janeiro, num estranho acto de pulso e coragem directiva, LFV demitisse Jorge Jesus com justa causa por maus resultados (afinal, o Benfica já foi eliminado da Liga dos Campeões, cuja final era um dos "objectivos" da época; ou não era?) e ele fosse parar ao Porto, que em menos de 24 horas despediria Paulo Fonseca por estar ainda em "período experimental"?
A minha aposta é que a História se repetiria. Com ligeiras diferenças.

Jesus chegaria ao Porto como um furacão, implementaria novos métodos, gritaria em campo como nenhum outro treinador, poria a equipa a jogar como nunca, arrasaria os adversários pequenos, com goleada atrás de goleada.
No fim da época, depois da expectável claudicação do Sporting e de vários tropeções do Benfica, Jesus leva o Porto ao Tetra-campeonato e a uma final da Liga Europa, que o Porto perde "por azar", mas arrancando uma edificante vitória moral.
A surpresa surge quando, mesmo depois de ter assinado um contrato milionário, quase ao nível do que ganhava no Benfica, Jesus exige mais.
Afinal, foi ele o homem que livrou o Porto daquele homem que punha a equipa a jogar horrivelmente. Afinal, era ele o grande sonho do Presidente, que finalmente sentia que poderia deixar o clube e fugir da Justiça para o Brasil em paz, daí a poucos anos.
Jesus exige mais poder e mais jogadores, mais caros. E o Porto concede. Venha a 2ª época, que se espera demolidora.

Mas os problemas começam a aparecer. A promessa da conquista da Liga dos Campeões durante o defeso cai mal no seio da ala mais conservadora do Porto. "Aquela bazófia é característica dos clubes de Lisboa" avisa Fernando Gomes Antero Henrique, preocupado com o que esta nova postura pode trazer. A equipa tem imensas dificuldades ao longo da época, com os 8 novos jogadores suiços (o novo fétiche de Jesus) a não se adaptarem ao campeonato português. No entanto, vários jogos resolvidos com penalties ao minutos 92 (um pedido especial) dão as vitórias preciosas que o Porto precisa para somar o Penta-campeonato.

Apesar da eliminação precoce da Liga dos Campeões, no 4º lugar, "por manifesto azar", este é o ponto alto da História do clube. Jesus vai à televisão e promete outra vez a Liga dos Campeões: "para o ano temos equipa para jogar taco a taco com o Barcelona", diz de peito cheio.
E surpresa... Jesus exige mais: mais poder e mais jogadores, mais caros. O Porto concede mais poder a Jesus e Antero Henrique sai do clube, em litígio, candidatando-se à presidência da Liga de Clubes. Mas o Porto não concede todos os jogadores que Jesus pede, pois Pinto da Costa considera incomportável gastar 20M€ num extremo, que Jesus quer adaptar a defesa esquerdo.
Venha então a 3ª época, que se espera ainda mais demolidora.

Depois de uma derrota caseira contra o Arouca, na 1ª jornada, Jesus desculpa-se com a falta dos jogadores que pediu à Direcção, alegando que "se lhe dessem condições, o Porto seria imbatível".
Contra todas as expectativas, o Porto começa a jogar mal. Muito mal, pior do que estava antes da chegada de Jesus. O jornal A Bola dá conta de "vários problemas no balneário", com os jogadores todos contra Jesus - ninguém o pode ouvir. Já nem a claque do clube, outrora acérrima defensora do treinador, está agora do seu lado; isto depois de Jesus ter levantado o dedo do meio durante um protesto pelos maus resultados.

Entretanto, no Benfica, Marco Silva, que pegara na equipa há 2 anos, soma finalmente o 33º campeonato.
Nos fóruns, depois de 2 anos de lamentos por LFV "ter deixado escapar Jesus para o Porto", começa-se a comentar que "Jesus ganhou lá 2 campeonatos, mas também o Vítor Pereira o fez e com menos derrotas."

E se Jesus for para o Porto?
Eu vou para casa e faço o jantar.