quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O conto do dia

Geralmente quem conta um conto acrescenta um ponto. Neste caso, quem conta um conto sai com a cara mais viscosa.


"Foi lançado o repto, a uma família feliz e unida de Arouca, para explicar qual a razão do seu sucesso e felicidade. Como conseguiram criar uma empresa de renome nacional que é orgulho das gentes da sua terra, gerir um clube que veio dos campeonatos distritais até à Liga Europa e, ainda assim, não precisarem do dinheiro do clube para sobreviver. Foi perguntado de imediato qual o perfil do público alvo a quem se destinava tal explicação. Disseram que a explicação tinha sido solicitada por uma só pessoa. Pediram então que lhes fosse descrito um perfil aproximado dessa mesma pessoa.
Foi-lhes dito: tem voz de pirata, passou por experiências animalescas traumáticas na sua infância, tem bens penhorados por dívidas e, ao que se julga saber, viaja bastante para o estrangeiro com vista a preparar, calorosamente, campanhas de Marketing.

Entendia tal família unida e feliz que tais descrições não bastavam. Era preciso saber mais. Foi então que lhes aclararam:
Diz-se que fez uma lipoaspiração e lipoescultura, mas não se notou nada! E que insistiu com os médicos para fazerem uma intervenção cirúrgica plástica à cara. Vá-se lá saber porquê! Os médicos recusaram. Só não tiveram coragem de dizer qual a razão. Há quem diga que ainda hoje tenta perceber a razão! Contudo, para aliviar a frustração pela não realização da cirurgia estética, os médicos sugeriram uma limpeza ao cérebro, do tipo “ lipocefalia”, mas rapidamente perceberam que não existia massa encefálica suficiente.
E continuaram com a descrição: apesar da lipoescultura, esqueceu-se de comprar fatos novos para o seu tamanho. Por isso só tem meia mão por cada braço.

Mas tem a boca! Informaram, de imediato.

Como assim, perguntou a família unida e feliz? Não é normal as pessoas terem uma boca?
Passaram a explicar: aquando das operações cirúrgicas, que em nada o alteraram, os médicos recomendaram que se sujeitasse a um banho turco diário. Disseram-lhe que o vapor de água faz bem à saúde. E levou a recomendação tão a sério que, ao que parece, adquiriu a competência de jorrar vapor de água da boca quando está perante pessoas de uma família unida e feliz. Qual vulcão revoltado pela felicidade alheia... Mas, quando está perante uma família muitíssimo feliz e unida, acaba por transformar o vapor de água em muco pegajoso. Mas nunca mexendo as meias mãos! É tipo arte circense.
Diz-se, ainda, que devido à infância animalesca e traumática passada num país distante, procura sempre o Pai no fim dos compromissos, mesmo que o seu digno Pai não se encontre em sítio algum. É para se sentir mais seguro, dizem.

Mas ele não é muito forte? Perguntaram. É pois. Quando tem outras pessoas a protegê-lo! Do tipo carrinhos de choque: vai na frente, que eu vou já a seguir… 

Diz-se ainda que tem o sonho de incorporar o espírito de búfalos e rebanhos de ovelhas. Mas, pela dificuldade da incorporação, contenta-se em falar com voz de búfalo e em ter um caminhar de ovelha. É melhor que nada, disseram! Já agora, não confundir ovelha com cabra do monte. Esta sim, é caracterizada por um caminhar mais agreste e, ao que se diz, a pessoa tem sido avistada na companhia de um bom rebanho de cabras do monte.

Dizem também que está assim porque nunca soube fazer puto na vida e que tem medo de perder o tacho. Qual tacho? Perguntou a família unida e feliz. Ora, o mesmo que serve para aquecer água e cria o vapor de água, esclareceram.

Perante tal caracterização, a família unida e feliz sabia que o desafio era enorme. Afinal, que ser era aquele? Seria humano?
Por fim, entenderam encontrar o meio adequado para revelar a fórmula da felicidade e união, informando:
O segredo para sermos uma família unida e feliz está nas características comuns de todas as gentes da nossa terra: trabalho, seriedade, dedicação, humildade e união.


Ou, por outras palavras: “Melhor viver uma vida de luta e batalhas do que viver uma vida de mentiras e falsidade.” "

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Pedro Pereira, mais um exemplo


       Pedro Pereira é um nome, practicamente, desconhecido da generalidade dos adeptos de futebol em Portugal. Este miúdo de dezoito anos, é lateral direito, joga na Sampdória e é mais um produto da, actual, melhor formação em Portugal, a formação do Sport Lisboa e Benfica.

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       Hoje, em entrevista, a um jornal desportivo, explicou, "sem papas na língua", a razão para a sua saída.


"Foi por não ver grande aposta nos jogadores que se iam formando em casa que aceitou sair para Itália?
-Sim. Na altura, eu e outros jovens, sentíamos isso. Nos anos em que estive no Benfica, vi grandes jogadores nunca serem aproveitados, e isso é complicado para a nossa cabeça. Nesse tempo era quase impossível chegar à equipa principal, por isso fui à procura de oportunidades. Sou muito ambicioso. Saí à aventura e, quando apareceu a Sampdória, podendo jogar no primeiro escalão de uma liga como a italiana, não recusei. Mas fico feliz por agora o Benfica estar a dar oportunidades aos jovens. Naquele centro de estágios há muitos jogadores de qualidade e que, bem aproveitados como estão a ser, vão tornar-se grandes.

    Este é mais um exemplo, que legitima a mudança de paradigma do Benfica. O campeonato nacional, o 35.º, foi muito saboroso. Sobretudo, porque o "Tri" foi conquistado com o Renato, o Lindelof, o Ederson, o Semedo e o Guedes. O Benfca está no caminho certo.